24 de ago. de 2008

RIO 2016, um sonho distante

Após o término das Olimpíadas de Pequim, a análise que faço da participação brasileira é até positiva. Trouxemos 15 medalhas na bagagem, igualando o feito de Atlanta em 1996. Apesar da decepção em alguns casos, como a prata no futebol feminino, prata no vôlei masculino (apesar de achar que os EUA são o melhor time no momento) e mais uma prata no vôlei de praia masculino. Mas essa é a realidade, pois tudo o que os EUA fazem é roubar nosso ouro e perdemos essas três finais para eles. Lavamos a alma com o vôlei feminino.

Quatro cidades são candidatas a sede das Olimpíadas de 2016. Em primeiro lugar acho engraçado esse lance de se candidatar a algo que só vai ocorrer daqui a 8 anos. Claro que a preparação tem que ocorrer com muitos anos de antecedência, mas eu sei lá... Pode haver uma guerra nuclear nesse ínterim e não adiantar de nada toda essa antecipação.

As cidades que ainda estão no páreo são Tóquio, Chicago, Madrid e Rio de Janeiro. Acredito que Tóquio não leva por ser na Ásia, e o COI não iria fazer 2 olimpíadas seguidas no mesmo continente. A pressão da Europa é muito pesada. Chicago também fica fora do páreo pois é nos EUA e eles tiveram uma olimpíada em 1996, ou seja, apenas 12 anos atrás e já tiveram Los Angeles em 1984. A disputa ficaria entre Rio de Janeiro e Madrid.

A Espanha teve as Olimpíadas de Barcelona em 1992, e foi um sucesso fenomenal, principalmente no aspecto social. Até hoje o legado é utilizado na cidade para a formação de atletas, e a cidade realmente foi transformada com o acontecimento. O legado que o PAN do Rio 2007 deixou foi um ridículo déficit orçamentário, nepotismo, obras mal-acabadas, infra-estrutura precária e nenhum acesso a população aos equipamentos e instalações.

O que falar da violência e falta de infra-estrutura da cidade como um todo? Mas Pequim também não tinha. Exato, mas o investimento foi feito e a cidade realmente mudou. E a tendência é que continue melhorando daqui para a frente. Assim é o que esperamos. Já o Rio de Janeiro e o Brasil principalmente, deixou uma péssima imagem para a população mundial e para os responsáveis pela organização dos eventos grandes.

Outro fator na minha opinião pesa a favor de Madrid. Não só pela Espanha já ter provado sua capacidade de organizar um evento desse porte, mas por conta do acidente que aconteceu há poucos dias com o avião que matou mais de 150 pessoas. A comoção é geral e acho que isso pode influenciar um pouco.

Agora imaginem o que poderia ser feito com os 100 milhões de reais que o COB de Carlos Arthur Nuzman pediu ao governo para financiar a campanha? Só para efeito de comparação, a CBF custeou a campanha do Brasil para sede da Copa de 2014 com recursos próprios e gastou menos de 6 milhões.

Quantas empresas de familiares e projetos sem licitação o nosso provável futuro bilionário, presidente do COB vai fazer nessa campanha? O Pan do Rio, o Pan dos bilhões é uma pontinha de Iceberg perto do que esses salafrários irão fazer caso aconteça o absurdo dessa Olimpíada ser sediada no Rio de Janeiro.

Teremos uma abertura única, com escolas de samba tocando o tema olímpico ao som de tamborins, amadrinhados por mulatas semi-nuas mostrando "a cultura brasileira". As emissoras de TV irão narrar o evento falando sobre a preocupação do Brasil com o meio ambiente, pelos enfeites da festa feitos com garrafas PET recicladas. O envolvimento da comunidade da favela como voluntários para o evento, responsáveis pelos fogos de artifício, trocados por rajadas de AR-15 num momento de pausa que os traficantes darão ao toque de recolher natural dos morros.

O ingresso de novas modalidades, como os 100m fugindo do assaltante, arrastão de praia, salto do muro da penitenciária, favelabol, provas de tiro com a participação da polícia usando civis como alvo, Chacinatlo moderno entre tantas outras. Nessas infelizes olimpíadas da marginalidade e miséria, seremos disparados os primeiros no quadro de medalhas, roubando todos os ouros. Aliás, a política e a cartolagem brasileiras estão mais do que acostumadas a levar o nosso ouro.

Que venha a RIO-2016.

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